A mãe do menino Miguel dos Santos Rodrigues e a ex-companheira dela vão a júri nesta quinta-feira, às 9h, no Foro de Tramandaí, no litoral Norte. Elas são acusadas pela morte da criança, de sete anos, ocorrida em 2021. O julgamento deve se estender por dois dias. As rés vão responder pelos crimes de tortura, homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Foi a madrasta da criança que revelou os fatos à Polícia Civil. Ela alega que a ex torturou e matou a vítima. A mãe de Miguel, no entanto, permanece em silêncio. A polícia afirma que localizou mensagens e fotos que indicam a participação das duas, que estão presas preventivamente desde então.
O crime ocorreu em Imbé. De acordo com o Ministério Público do RS (MPRS), entre os dias 17 de abril e 25 de julho daquele ano, as duas mulheres submeteram o menino a intenso sofrimento físico e mental, como castigo pelo fato de a criança buscar carinho, cuidado e atenção.
A acusação sustenta que Miguel chegou a ser trancado, com as mãos amarradas e imobilizadas com correntes e cadeados, dentro de um pequeno guarda-roupas por longos períodos durante um dos dias em que foi vítima das rés. Caso conseguisse se desvencilhar, as mulheres amarravam-no novamente.
Já o homicídio, alega o MP, foi consumado entre os dias 26 e 29 de julho de 2021. A morte da criança foi decorrente de agressão física, insuficiência de alimentação, uso de medicamento inadequado e omissão de atendimento à saúde da vítima. Miguel também teve sua cabeça arremessada pela mãe contra uma parede, com tamanha violência que quebrou um azulejo com o impacto.
Por fim, sobre a ocultação de cadáver, o promotor diz que o casal, no dia 29 de julho de 2021, rompeu as articulações dos membros inferiores e superiores do corpo da vítima e a colocaram em uma posição semelhante à fetal, dentro de uma mala de viagem. Depois, tiraram o corpo da mala e jogaram no Rio Tramandaí. O cadáver do menino nunca foi encontrado.