A Abertura Oficial da Colheita da Uva 2025 já está marcada. A solenidade destaca uma produção estimada em 700 milhões de quilos, uma alta de 45% em relação ao plantio anterior. Será realizada no próximo dia 16, na cidade de Bento Gonçalves.
Paralelamente, ocorrerá a abertura do Bento em Vindima. Os dois eventos acontecem na Vinícola Vistamontes, localizada no distrito de Faria Lemos. O secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Clair Kuhn, confirmou presença.
A projeção dos 700 milhões de quilos da fruta é do presidente do Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS), Luciano Rebellatto. No ano passado, as chuvas e a umidade prejudicaram a safra e o setor produziu no ano passado 480 milhões de quilos de uva.
Conforme Rebellatto, a alta na safra 2025 se deve a condições climáticas favoráveis, pois não houve aumento na área plantada no estado estimada entre 42 a 45 mil hectares.
"O que temos neste ano é uma boa produção, uma melhora na quantidade na mesma área cultivada", detalhou, destacando que a maior parte das uvas desta safra são de variedades americanas ou híbridas, para sucos, e 10% são destinadas para vinhos e espumantes.
Sobre preços pagos ao produtor, Rebellatto destaca que foi estabelecido nesse ano R$ 1,69 o quilo, tendo como referência a uva isabel, 15 graus. O dirigente recorda que em 2024, em função da redução da produção, pelos efeitos climáticos, e o aumento no consumo de derivados, houve um valor adicional cobrado. Naquela ocasião, a uva estava a R$ 1,50 o quilo na tabela do governo e o preço praticado chegou a R$ 2,50 na venda.
"Acreditamos que ainda vai existir esse ágio pois o mercado nacional ainda está desabastecido e existe uma demanda por derivados, como vinhos, sucos e espumantes", adiantou, complementando que os produtores devem receber acima um pouco da tabela do governo.
Conforme o dirigente, trata-se de uma situação um pouco anormal porque a historicamente uva é um dos poucos produtos agrícolas que tem seu preço de mercado muito próximo ao custo de produção. De acordo com Rebellatto, o custo de produção ficou em R$ 1,64 e os produtores esperam entre R$ 2,15 e R$ 2,20 a venda do quilo da uva.
O Informativo Conjuntural da Emater-Ascar/RS, de 2 de janeiro, dá mais detalhes sobre a cultura em outras regiões do Rio Grande do Sul. Conforme o documento, no município de Candiota deve ocorrer redução de 25% da produção nos pomares de variedades de mesa, pois há cachos de tamanho pequeno em decorrência das fortes chuvas e das baixas temperaturas na primavera, que coincidiram com o período de floração.
Em Santa Rosa, em pomares domésticos, a colheita de uva está mais acelerada, principalmente de variedades mais precoces, como as brancas. Além disso, observou-se intenso ataque de abelhas, vespas e marimbondos nas bagas, já que a disponibilidade de outras fontes de forrageamento para esses insetos diminuiu em função da estiagem, que se intensificou nas últimas quinzenas.
Fonte: Rádio Guaíba