A Sondagem Industrial da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) iniciou sua série em 2004 e, desde então, a questão cambial nunca havia aparecido como principal preocupação do industrial gaúcho. Mas, na pesquisa apresentada nesta segunda-feira, 3, o câmbio lidera o ranking, saltando de um índice de 18,2% no 3º trimestre de 2024 para 35,3% no trimestre encerrado em dezembro. A pesquisa, realizada pela Unidade de Estudos Econômicos (UEE) da FIERGS, teve como base 153 empresas.
"Na virada do ano, o câmbio superou questões históricas, como carga tributária e mão de obra, reforçando a necessidade de uma reforma fiscal urgente, que controle os gastos públicos e reduza a pressão sobre indicadores como inflação e a própria cotação do dólar", analisa o presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier.
EXPECTATIVAS
Para os próximos seis meses, as expectativas da indústria gaúcha são otimistas, na avaliação captada em janeiro. Todos os índices, que variam de zero a 100, seguem acima dos 50 pontos: demanda (53,4 pontos), exportações (51,0 pontos), emprego (52,6 pontos) e compras de matérias-primas (53,5 pontos).
A sondagem também mostrou indicadores da indústria no último mês de 2024. A produção apresentou queda em relação a novembro – após cinco meses seguidos de alta. O índice atingiu 40,1 pontos no mês (abaixo de 50 indica contração da produção) em relação ao mês anterior. A queda é considerada normal para o final do ano – a média histórica do mês é de 39,6 pontos.
Como ocorre sempre no período, dezembro teve redução no indicador de emprego, registrando 48,8 pontos, queda menos intensa do que a média do período, de 46,5 pontos. A utilização da capacidade instalada (UCI) em dezembro recuou 6,0 pontos percentuais na comparação com novembro, para 68,0%, próximo da média histórica.
Fonte: Rádio Guaíba