Homem que jogou filho de ponte em São Gabriel é indiciado por homicídio qualificado

A Polícia Civil de São Gabriel concluiu o inquérito que apurava a morte do menino Theo Ricardo Ferreira Felber, de 5 anos, assassinado pelo pai no fim de março. O homem de 40 anos, identificado como Tiago Ricardo Felber, foi indiciado por homicídio qualificado e por tentativa de homicídio, por já ter tentado matar a criança, asfixiada, na noite anterior.

Já no homicídio, as qualificadoras apontadas são: motivo fútil (ciúmes e vingança da ex-companheira) e meio cruel, por ter arremessado a vítima de uma ponte, com a intenção de que morresse afogada.

Outras qualificadoras consideradas são traição e mediante simulação. Conforme a investigação, para disfarçar seu objetivo, Felber levou o menino a um passeio de bicicleta, na qual deixou o filho usar seu telefone celular para distraí-lo. Quando chegou no local, ele teria dito que daria refrigerante a Théo, para que a criança não soubesse o que lhe aconteceria na sequência.

Há, também, o fato de o homicídio ser cometido contra pessoa menor de 14 anos e descendente do autor do crime.

Para a Polícia Civil, o homicídio foi cometido em concurso material com a tentativa anterior, ou seja, as penas relativas a ambos os crimes devem ser somadas. Por fim, foi representado o pedido pela conversão da prisão temporária, que tem data para acabar, em preventiva, que é por prazo indeterminado.

Entenda o caso

O crime ocorreu no dia 25 de março, quando Tiago Ricardo Felber, de 40 anos, jogou o filho da ponte sobre o Rio Vacacaí e, horas depois, se apresentou à polícia. Ele continua preso, em uma penitenciaria que não foi informada por motivos de segurança, desde a data do ocorrido.

Segundo a polícia, o homem relatou que praticou o homicídio porque pretendia se vingar da ex-companheira, com quem rompeu o relacionamento em novembro. O término, segundo a investigação, teria sido o principal motivador do assassinato.

O casal havia se mudado para São Gabriel em 2020 para ficar próximo da irmã de Felber, mas, segundo o depoimento da mulher, a mudança resultou no afastamento dela da própria família. Além disso, ela também relatou insatisfação com problemas financeiros.

Mesmo com histórico possessivo, o único caso de violência registrado por ela contra o ex-companheiro ocorreu durante o período de mudança, quando ele chegou a quebrar bens dentro de casa. A mulher registrou um boletim de ocorrência online, mas optou por não dar continuidade ao processo.

Apesar da situação que motivou a mulher a dar fim ao relacionamento, a separação era vista por Felber como "imotivada e surpreendente", o que lhe teria causado um grande "trauma". Com término da união, a mulher e a criança se mudaram para Nova Hartz, no Vale do Sinos.

Após cometer o crime, Felber mandou mensagens para familiares relatando o que havia feito. Em um dos áudios, disse à ex-mulher: "Fiz uma loucurinha agora. "Guenta" o coração para o resto da vida". Depois, ele almoçou normalmente e, cerca de uma hora depois, se apresentou à polícia.