Estudante morto na ditadura pode entrar para livro de heróis no Rio

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, nesta terça-feira (6), em segunda discussão, a inclusão do nome do estudante Edson Luís de Lima Souto no Livro dos Heróis e Heroínas do Estado do Rio.

Por Arlei Silveira (mtb 0020630) em 07/05/2025 às 09:12:50
Foto: Agência Brasil - EBC

Foto: Agência Brasil - EBC

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, nesta terça-feira (6), em segunda discussão, a inclusão do nome do estudante Edson LuĂ­s de Lima Souto no Livro dos Heróis e HeroĂ­nas do Estado do Rio.

A medida estĂĄ prevista no Projeto de Lei 606/23, de autoria da deputada Dani Monteiro (PSOL). Edson LuĂ­s foi assassinado pela polĂ­cia durante a ditadura militar em 1968, quando tinha apenas 18 anos. Natural de Belém, no ParĂĄ, ele se mudou para o Rio de Janeiro a fim de terminar o segundo grau, atual ensino médio.

O estudante virou sĂ­mbolo histórico da resistĂȘncia estudantil contra a repressão polĂ­tica.

"Quero referenciar o quanto Edson foi um herói, pois lutava diretamente pela democracia, pela educação e pelo direito à alimentação. Isso é o que nos motiva a colocar o seu nome no Livro de Heróis", disse Dani Monteiro.

Invasão

O jovem foi assassinado em março de 1968, após policiais militares invadirem o Restaurante Central dos Estudantes, conhecido como Calabouço, no centro do Rio, onde ocorria uma manifestação estudantil. No mesmo ano de seu assassinato, em dezembro de 1968, a ditadura militar endureceu o regime e decretou o Ato Institucional nĂșmero 5 (AI-5), que permitiu a cassação de polĂ­ticos eleitos.

Os deputados Carlos Minc (PSB) e Luiz Paulo (PSD) são coautores do projeto. Os dois estavam na manifestação em que o estudante foi morto.

"Sou testemunha ocular da história deste assassinato praticado pela ditadura. Os estudantes pegaram o corpo dele e trouxeram para onde hoje é a Câmara Municipal e eu estava presente porque, na época, eu também fazia parte do movimento estudantil. Muitos foram os intelectuais que aderiram a esse projeto pelo assassinato de um jovem estudante", disse Luiz Paulo.

Esse caso levou a uma expansão do movimento estudantil. "Lembro que o pessoal gritava: mataram um estudante. E se fosse um filho seu? Isso pegou na classe média porque, de fato, ele não estava cometendo crime algum e sim almoçando em um restaurante", contou Carlos Minc.

"O Edson levou um tiro no peito e a polĂ­cia tentou tirar o corpo dele e levar embora para fazer a autópsia e esvaziar a manifestação. Os médicos Jamil Haddad e Luiz Tenório fizeram a autópsia no meio da manifestação para que ninguém levasse o corpo embora", acrescentou Minc.

O texto segue agora para o governador ClĂĄudio Castro, que tem até 15 dias Ășteis para sancionar ou vetar a medida.

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