Foto: Correio do Povo
O relator da matéria, senador Marcelo Castro (MDB-PI), apresentou novo parecer encurtando a regra de transição para que o fim da reeleição para governadores e presidente passe a valer em 2030, e não em 2034, como previa o texto anterior.
A PEC 12 de 2022 ainda aumenta o mandato dos chefes do Executivo, deputados e vereadores para cinco anos e dos senadores para dez anos. Além disso, a proposta unifica as eleições no Brasil para 2034, quando os brasileiros elegeriam todos os cargos de uma só vez. Atualmente, os eleitores vão às urnas a cada dois anos.
O relator Marcelo Castro justificou que o Brasil nunca teve reeleição para cargos do Executivo antes de 1997, quando o Parlamento aprovou a reeleição, dando ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a possibilidade de disputar novo mandato de presidente.
"O advento da reeleição tem trazido muitas distorções na prĂĄtica polĂtica. Na eleição passada, 83% dos prefeitos que disputaram a reeleição no Brasil conseguiram se reeleger. Isso é um dado muito claro de que não hĂĄ uma paridade de armas quando se vai disputar uma eleição com o prefeito, ou governador, ou presidente da RepĂșblica no poder", argumentou Castro.
Apesar do fim da reeleição ter amplo apoio da CCJ, o aumento dos mandatos de senadores para dez anos tem sido alvo de crĂticas. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) pediu ao relator que mantenha os mandatos de quatro anos para deputados e de oito para senadores.
"VocĂȘ sair de um mandato de oito anos, que jĂĄ é um grande tempo, para um mandato de 10 anos? Não tem paĂs que tenha uma década de mandato para senador. E aumentar o mandato de cinco anos de deputado também não é bom. No caso americano, temos mandatos de dois anos para deputados. HĂĄ uma presença frequente do processo eleitoral", disse a parlamentar.
Para o Executivo, a parlamentar defendeu um tempo maior, de seis anos de mandato. "Nenhum governo consegue fazer uma obra estruturante, em um estado ou municĂpio, em quatro anos, ou mesmo em cinco anos", completou.
Segundo o parecer do relator, a reeleição valeria ainda em 2026. Em 2028, os prefeitos teriam um mandato estendido de seis anos, sem direito a reeleição, para que, em 2034, todas as eleições coincidam em um Ășnico pleito.
JĂĄ governadores e presidente poderiam se reeleger em 2026. Com isso, em 2030 seriam as primeiras eleições sem possibilidade de reeleição para governadores e presidente da RepĂșblica.