Foto: Agência Brasil - EBC
O governo pediu mais tempo para analisar o relatório e, por isso, o debate sobre o tema foi adiado para próxima semana. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), vem defendendo a votação do projeto, que é alvo de crĂticas de organizações ambientalistas.
O relator da matéria da CMA, senador ConfĂșcio Moura (MDB-RO), justificou que uma norma geral é necessĂĄria diante do grande nĂșmero de normas locais de licenciamento que dificultam o desenvolvimento e a preservação ambiental.
"O excesso de judicialização e, principalmente, a constante insegurança jurĂdica, são motivos mais que prementes para que o licenciamento ambiental seja disciplinado por lei federal. Uma lei que institua seu marco normativo orientador, capaz de acarretar efetiva mudança de paradigma na polĂtica ambiental brasileira, com reflexos positivos em diversas polĂticas setoriais, como energética, industrial e de desenvolvimento", disse o relator.
O senador Beto Fato (PT-PA) destacou que é preciso de mais tempo para analisar o tema devido as divergĂȘncias em relação ao mérito. "Apesar de ser um tema que jĂĄ estĂĄ hĂĄ muito tempo na Casa, hĂĄ divergĂȘncias ainda claras no projeto que a gente precisa aprofundar", disse. Em tramitação hĂĄ 21 anos no Congresso, o projeto estĂĄ desde 2021 no Senado.
A relatora do projeto na Comissão de Agricultura, Tereza Cristina (PP-MS), defendeu que é preciso aprovar logo a matéria.
"Os empreendimentos maiores precisam [da urgĂȘncia da aprovação do texto]. Precisamos de modernização, agilidade, sem perder a eficiĂȘncia e sem precarizar nada", disse Tereza Cristina.
Movimentos ambientalistas lançaram campanha contra a aprovação do projeto, chamado de PL da Devastação. Organizações como o Instituto Social Ambiental, o Observatório do Clima, o SOS Mata Atlântica, o Instituto Sociedade, População e Natureza, entre outros, participam da campanha.
As organizações argumentam que o projeto de lei flexibiliza os licenciamentos ambientais fragilizando a proteção ao meio ambiente.
"A mudança na legislação vai significar o descontrole generalizado da fiscalização ambiental. E sabemos quem vai pagar essa conta: todos nós!", diz o movimento lançado pelas organizações.
A AgĂȘncia Brasil procurou o Observatório do Clima para comentar o parece apresentado hoje, mas a organização pediu mais tempo para analisar o novo relatório.