Buenas pessoal, após um período de afastamento e dedicação total ao produtor e à produção no campo, estamos retornando Temos muito a conversar sobre o que está ocorrendo na agricultura da nossa região
Para iniciar nosso ano de 2024, quero falar sobre algo que ainda tem preocupado os produtores em algumas regiões, a fitotoxidade na soja.
É importante, em um primeiro momento, destacar de forma mais técnica, que a fitotoxidade apresenta uma sequência de momentos na planta que está no campo. Inicialmente, ocorre a adaptação ao estresse sofrido pela planta após a aplicação de um determinado produto; na fase subsequente, a planta não se adaptando, há um atraso no crescimento e desenvolvimento desta, causando encurtamento de entre-nos e atraso no aparecimento dos trifólios, por exemplo; em seguimento, dá-se a morte pontual de células e necrose foliar (morte de tecido da planta), que consiste no efeito observado, diretamente, no campo. Todo esse processo pode ocorrer de forma rápida, em poucas horas, ou em alguns dias, dependendo das condições em que a planta se encontra e dos fatores climáticos.
Bem, na prática, registrei, aqui na região, vários relatos e atendimentos com essa problemática, principalmente em aplicações realizadas na entrada do ciclo da soja (primeiras aplicações feitas na cultura). Diante disso, é possível citar alguns fatores que contribuem para que esse evento aconteça.
Um importante fator a ser lembrado consiste na limpeza do equipamento utilizado, evidenciando que, a cada troca de princípio ativo e preparo de calda a ser aplicada na lavoura com finalidade diferente, deve ser realizada uma limpeza criteriosa no pulverizador, de forma a evitar que resíduos de aplicações anteriores fiquem depositados no tanque e sejam liberados a aplicação seguinte. Outros fatores, como as misturas realizadas com produtos como triazóis, pré emergentes a base de óleo, são produtos que se manejados de maneira incorreta ou condições adversas, irão causar sobrecarga no metabolismo da planta, ocasionando a fitotoxidade.
Morte do tecido da planta
Foto: arquivo pessoal.
Por fim, deixei temperatura e umidade para comentar ao final, pois são fatores climáticos condicionantes para uma boa aplicação; porém, podem contribuir de maneira antagônica à ação dos produtos aplicados, acelerando processos metabólicos na planta ou causando reações nos produtos aplicados no campo. As altas temperaturas, por exemplo, acarretam em alta possibilidade de fitotoxidade, acelerando as reações metabólicas dos produtos aplicados com óleos na composição da calda, pois os mesmos são derivados do petróleo.
Para não me alongar muito, finalizo por aqui, com alguns lembretes importantes: não realizar aplicações com altas temperaturas e umidade, cuidado nas formulações para preparação de caldas, e o uso de um bom adjuvante para melhorar a composição da calda é fundamental. De maneira geral, vale lembrar que estamos passando por momentos extremos em nossas últimas safras, com La ninã e El ninõ, e trabalhamos com misturas de produtos químicos, então o cuidado é sempre importante para uma aplicação mais eficiente no campo.
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Éder Neimar Plautz
Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
Proprietário e responsável técnico +AGRO Serviços Agronômicos
Perito Judicial em Atividade TJ- RS
Pós Graduando em Educação Ambiental pela UFSM
Representante Técnico de Vendas grupo BIOMARCAS
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