Trigo, a cultura de inverno da nossa região

Depois de algum tempo voltamos às nossas conversas... Peço desculpas pela ausência, que se fez necessária, por motivos de saúde. Agora estamos de volta para falarmos sobre uma cultura que ganha força e espaço nessa janela entre as culturas de verão, o trigo.

O trigo é uma gramínea (da família Poaceae), a sua hibridização com o tempo levou a espécie mais utilizada hoje, o Triticum aestivum L. Mundialmente, é a segunda maior cultura de cereais em produção. Os maiores produtores são o Rio Grande do Sul e o Paraná, tanto em área quanto em volume de produção. O trigo é rico em proteínas, gordura, fibra, cálcio, ferro, ácido fólico, sendo ótima fonte de energia; é utilizado na produção de farinha, que serve de matéria prima básica para o pão nosso de cada dia e muitos tipos de massas. Destinado também à produção de cerveja e iguarias, o trigo vai além da alimentação humana, se fazendo presente na fabricação de colas, cosméticos, também na forragem e rações de animais. O gérmen de trigo é utilizado em medicamentos e o glúten na produção de surfactantes.

Pensando em sistema de produção, para 2023 estima-se um aumento na área semeada com trigo, tanto aqui no nosso estado quanto no Paraná. Levando em consideração situações como a baixa produtividade da safra 2022/2023 na cultura da soja, o trigo se torna uma alternativa para recuperação de renda e minimização das taxas baixas da cultura antecessora.

Quanto a época de semeadura do trigo, lembramos sempre que devem ser respeitadas as recomendações do zoneamento agroclimático para a cultura. Nos Estados do sul (os maiores produtores), a janela de semeadura vai de abril até agosto; porém, na prática, aqui no Rio Grande do Sul a semeadura se concentra no período de final de maio aos primeiros vinte dias de junho, portanto está ocorrendo agora em nossa região.

Por fim, o ciclo completo do trigo varia de acordo com a cultivar proposta em campo, sendo entre cem e cento e setenta dias; na nossa região a colheita ocorre em meados de outubro. Quanto ao ciclo e à fenologia, vamos abordar durante as próximas semanas, assim como sobre as tendencias de mercado da cultura e as principais pragas e doenças que podem acometer o trigo. Mas o que podemos perceber é que o trigo vai além do prato do brasileiro, estando presente nos mais diversos seguimentos, seja na indústria farmacêutica, solventes e adesivos, tendo relevante importância econômica para nossa região.

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Éder Neimar Plautz

Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM

Proprietário e responsável técnico +AGRO Serviços Agronômicos

Perito Judicial em Atividade TJ- RS